A empresa é onde as coisas acontecem. A marca é onde isso se torna público.
E mais: tendências, insights, dicas de séries e livros.
O artigo “A estranha ironia de ser uma viciada em compras que se importa com a sustentabilidade” evidencia um dilema clássico do consumidor de hoje. Em uma pesquisa da GlobeScan de 2017, 65% dos entrevistados dizem querer priorizar a sustentabilidade nas compras, mas só 26% realmente o fazem. É difícil, eu sei, não só porque a gente tem uma visão idealizada de nós mesmos e queremos acreditar que estamos fazendo nossa parte, mas porque somos provocados o tempo todo.
Como marca, também precisamos responder a esse tipo de angústia. E é um dilema do branding em si: ao passo em que precisamos de posicionamentos responsáveis, justos, contemporâneos, precisamos… vender. São muitas as tendências de consumo e comportamento apontando que, até 2026, a desinfluência (tenho tantas ressalvas com esse termo!) vai se intensificar bastante enquanto conceito, formando um movimento de tentativa de conscientização sobre o consumo impulsivo. Ou seja, minha área – criar e posicionar marcas - tá cada dia mais difícil.
E quanto mais circulo pelo mercado, mais certa fico de que
marca não existe pra cumprir propósito. Mas pra comunicar ações que cumprem propósitos.
Comunicar com transparência sobre ações reais já é uma grande coisa. É, sem dúvida, melhor do que florear práticas duvidosas que ali na frente serão questionadas por consumidores desconfiados e exigentes, que a cada dia se tornam mais capazes de cruzar prática e discurso – inclusive entre líderes e as empresas que eles representam, como aconteceu recentemente com o G4 Educação e com o Nubank.
Atualmente, as empresas e marcas lidam com cinco gerações de consumidores ativos e influentes, cada um com expectativas distintas. Segundo estudos do Future Laboratory, os recortes são esses abaixo – junto a eles, trago os comportamentos de cada um aos quais o mercado precisa estar atento:
Boomers (1946–1964): uma geração dinâmica que está redefinindo o envelhecimento e estabelecendo padrões para futuras gerações.
➝ Em que prestar atenção: como esse recorte geracional utiliza seu poder de compra e influência para moldar produtos que ressoem com gerações mais jovens. Por exemplo: se o seu público é formado por uma geração que depende dos boomers financeiramente – pelo menos para compras grandes, como imóvel, talvez seja importante considerar esse outro extremo como influenciadores de decisão.
Geração X (1965–1980): conhecida como a geração "esquecida", são consumidores que fazem a ponte entre os Baby Boomers e os Millennials.
➝ Em que prestar atenção: seu papel de tradutores culturais entre gerações. Por exemplo: pode ser o público ideal para produtos que combinem tecnologia com um toque de nostalgia, atendendo memórias afetivas ao passo em que oferecem conveniência.
Millennials (1981–1996): geração que está atingindo seu auge financeiro, desafiando caminhos tradicionais e abraçando a diversidade em estilos de vida e escolhas.
➝ Em que prestar atenção: produtos e serviços que valorizem flexibilidade e sustentabilidade. Por exemplo: empresas que oferecem soluções de moradia flexíveis ou assinaturas de carros elétricos estão bem posicionadas para capturar o interesse dos Millennials.
Geração Z (1997–2012): jovens adultos que carregam grandes expectativas e o desejo de mudança, mas frequentemente encontram-se paralisados por paradoxos e desafios globais.
➝ Em que prestar atenção: estratégias de marketing que utilizam plataformas digitais para engajamento rápido e eficaz. Por exemplo: campanhas no TikTok que utilizam conteúdo de influenciadores para promover marcas de maneira que comunique mais verdade (é um recorte bastante desconfiado e questionador).
Geração Alpha (2013–2025): nativos digitais para quem a tecnologia é tão intrínseca quanto respirar, com mídias sociais, smartphones e streaming fazendo parte de sua realidade diária.
➝ Em que prestar atenção: criar experiências de aprendizado e entretenimento através de tecnologias emergentes. Por exemplo: utilizar realidade aumentada em aplicativos educativos para engajar os Alphas de maneira interativa e imersiva.
➝ “Estou começando a ser quem eu sempre fui”
Que beleza de frase! Li na newsletter da Taís Bravo, que adoro e onde sempre tem alguma coisinha que me reconecta a mim mesma. A frase entoou outra, de uma das minhas músicas favoritas – aquela, que você ouve sempre que fica bêbada; aquela, que repete a vida toda. Diz assim: “Eu já era antes o que sou agora, mas agora, gosto de ser”. É do Oswaldo Montenegro e chama-se Poema quebrado. Aliás ↓
➝ Me parece que Oswaldo Montenegro é pouco consumido na minha bolha e, dado que é uma bolha que adora poesia e olhares demorados por sobre a vida, acho ele um nome fundamental. Está em turnê e vai passar por Porto Alegre em agosto. Para quem é de outras cidades, pode conferir as datas aqui.
➝ Uma série da Apple TV+ que faz valer a assinatura do streaming (faça como eu faço: assine, assista o que quiser e cancele. Circule entre streamings pra economizar 😉) ↓
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➝ Sou grande fã de Anthony Bourdain e, quando quis assistir o doc sobre ele, penei muito pra encontrar. Agora, tá na Netflix. Falei sobre aqui.
➝ Mil questões com a lista dos 100 melhores livros do século, do The New York Times. Mas trouxe aqui 15 deles que, dos que li e realmente recomendo (também coloquei links de compra porque a maioria tá em promo):
Trilogia de Copenhagen, da Tove Ditlevsen - postei várias coisas sobre esse livro e sempre me perguntam qual é, porque têm uns trechos geniais
Feliz de ter minha voz selecionada pela Seiva, uma editora e escola da qual sou superfã. Nas próximas edições trarei dicas do que é imperdível por lá mas, hoje, recomendo demais a newsletter deles sobre o universo criativo, a Aurora.