Semana polêmica no mundo das marcas
Tendências, insights, dicas de séries, livros, reports e +
Vocês pediram e assim será: de acordo com a enquete da edição anterior, que falou sobre fragmentação cultural, o melhor dia para receber esta news é sexta-feira. Okay :)
brainfood: uma curadoria de 10 links interessantes
*Muitas das refs são em inglês. Se você não manja, é só clicar com o botão direito e traduzir a página – ou finalmente investir num bom inglês, de um jeito leve, com nossa cliente Akadia ♡
peloamordedeus: As pessoas estão vendo filmes inteiros pelo TikTok – de 3 em 3 minutos (!);
Este texto problematiza os blurbs (aqueles elogios na capa dos livros): “Nem todo título pode ser eletrizante, essencial e revelador” [em inglês];
“NoMo”: cresce número de mulheres que não querem ter filhos;
Para quem, como eu, ama séries como Nosso planeta, este site é um safari virtual: são 97 câmeras ao vivo acompanhando a vida selvagem em diferentes partes do mundo;
Este site de IA que criou 3 perfis de clientes que dão feedbacks ao trabalho de design. Maravilhoso [em inglês];
Como o Whitney Museu fez excelente uso do Threads; aliás, é o principal app em ascensão no terceiro trimestre no mundo inteiro, conforme este estudo [em inglês];
Amei: Museu Britânico vai digitalizar e disponibilizar ao público 100% de sua coleção;
Tiktok e economia: como Geração Z virou o motor da campanha de Javier Milei na Argentina;
Faz a gente pensar: 90 filerinhas de 52 quadradinhos, cada uma representando uma semana da sua vida. O escritor e ilustrador Tim Urban criou um sistema que oferece uma visualização do nosso tempo de vida em anos, meses e semanas. O tempo é finito. O que você tem feito com ele?
➝ Em "Felizes os Felizes", de Yasmina Reza, personagens se entrecruzam em narrativas individuais, explorando camadas de emoções e interações.
São pessoas em busca da felicidade e enredadas em suas próprias tragédias, dramas e dilemas; gentes normais, atormentadas, raivosas, tristes, obcecadas por um futuro que não conseguem controlar. Lembra bastante o excelente “O Deus da Carnificina” (que inspirou o filme), que é da mesma autora.
➝ Estreou na Netflix a nova temporada de Lupin, série baseada no clássico personagem da literatura francesa. Nesta temporada, Assane Diop relembra a infância e adolescência. É ótima para quem curte séries como Sherlock Holmes.
➝ No Prime, recomendo a comédia Jury Duty (Na Mira do Júri, em português), dos mesmos produtores de The Office, que acompanha um julgamento através da perspectiva de um dos jurados, Ronald Gladden, que não sabe que tudo ali é encenado (todos são atores, menos ele). Com estilo documental, já foi indicada a três categorias do Emmy deste ano.
➝ Na Netflix, a série (Un)well explora os bastidores da indústria do bem-estar e mostra como temas de saúde importantes são sequestrados para a geração de lucro. Cada capítulo aborda um tema diferente: óleos essenciais, sexo tântrico, leite materno.
➝ Eu vi o Rebranding da Bauducco, semana passada, e achei muito legal: é raro vermos uma marca modernizando sem cair no minimalismo infundado. A nova proposta gráfica realmente deixou a marca mais contemporânea, mas mantendo (elevando até) sua personalidade.
E aí, uma semana depois, o tombo. Campanha cancelada. Bauducco cancelada. Artistas canceladas. Agências canceladas. Achei bem triste, porque todo mundo saiu perdendo.
Vi críticas a respeito de vários elementos que seriam plágio: a música é plágio? A tipografia da campanha é plágio? A brincadeira com o AmarElo é plágio (menos, né?! Já é até clichê)? Pra mim, o problema não está fragmentado, é amplo, é o conceito como um todo. Porque antes de fazer a campanha com Juliette e Duda Beat, a marca tentou negociar com Emicida, mas não chegaram a um acordo. E aí, os decisores consideraram de bom tom reaproveitar todo um conceito criado para um artista específico. É daquelas situações tão absurdas que a gente pensa “não tinha ninguém lá pra questionar isso, não?”.
A campanha seria perfeita com Emicida. Seria a cereja do bolo de todo um trabalho que vinha sendo muito bem desenvolvido. Mas não rolou. O caminho era óbvio: desenvolver um novo conceito. Talvez não ficasse tão incrível quanto a primeira ideia. Pelo menos, não seria plágio.
Enfim, uma pena. De verdade.
Uma semana polêmica no mundo do Branding
➝ Pra rir: os conservadores tentaram boicotar a BIS porque se revoltaram quando a marca anunciou patrocínio ao Felipe Neto. Daí, se perguntaram “e agora, que chocolate a gente come?” e foram pro KitKat. Deu tudo errado: descobriram que a marca também tem pautas progressistas.
➝ Recentemente, falamos nos stories da VOZ sobre como evidenciar o processo criativo por trás de produtos e serviços, na comunicação de uma marca, é uma estratégia valiosa em um mercado cada vez mais pasteurizado. Para quem perdeu por lá, o exemplo que trouxemos foi o da Dior, que faz isso com maestria, ao revelar os bastidores de sua produção no dia a dia da comunicação. Ao publicar conteúdo que destaca os artesãos trabalhando em cada detalhe, a marca não apenas humaniza o processo, mas também adiciona uma camada de valor e apreciação que vai além dos produtos em si.
Essa estratégia é especialmente eficaz no digital, onde a capacidade de contar histórias e formar conexões autênticas com o público é tão desafiadora. A imersão sensorial que a Dior oferece através de seus vídeos e imagens permite que os consumidores “sintam” a qualidade e vejam cada produto não como peça de consumo, mas como obra de arte.
A transparência do processo criativo gera impacto comercial: a disposição do consumidor para pagar valores mais altos advém do entendimento e apreciação do trabalho, habilidade e criação envolvidos, justificando o custo elevado e criando um forte diferencial competitivo para a marca.
O mais legal disso tudo é que não é preciso ser uma marca de luxo: evidenciar o processo criativo por trás dos produtos é algo acessível a empresas de qualquer porte – desde que haja clareza de Branding.
Abaixo, assinantes encontram:
Mais notícias sobre rebrandings;
Um excelente relatório sobre TikTok, especialmente para marcas que trabalham com influenciadores;
Um guia para criativos lidarem com dinheiro, ideias, autenticidade e mais;
Na seção de tendências, um movimento bem importante que vem impactando o setor de viagens, bem-estar e até bares;
Dica de um livro que me prendeu + 3 séries, incluindo uma de experimento social.
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